A implantação da República ficou ligada aos nobres ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Eles eram então vistos como pilares da cidadania, capazes de trazer paz social e justiça a todos os povos. Hoje, qual é o papel dos ideais republicanos na vida das nossas instituições? Ainda acreditamos no seu vigor e actualidade?
A importância dada à liberdade parece não ter sofrido os efeitos do tempo. Ela é terra fecunda, capaz de dar toda a espécie de frutos, uns melhores, outros piores. Se alguma coisa este século nos ensinou é que a liberdade é promessa de tudo mas não é garantia de nada – além da dignidade humana. Sem liberdade não há gesto que seja humano à face da terra; mas é também dela que nascem grandes mentiras, capazes de enlear gerações inteiras.
Já a igualdade não mereceu igual sorte. Ela é o fruto mais raro, o mais apetecido mas quase inacessível. Pode dizer-se que a história dos últimos séculos se resumiu à procura de maior igualdade em liberdade. Tantos têm sido os fracassos, que alguns desistiram de a procurar na liberdade e tentaram outros terrenos.
O centenário da implantação da República é a altura para encorajar os que se sentem tentados e virar costas à liberdade em nome da igualdade ou aqueles que, em nome da liberdade, deixaram de acreditar na igualdade. É altura de lembrar que sim, pode-se caminhar para uma maior igualdade em liberdade.
Talvez que o erro tenha sido pedir demais, demasiado cedo. A igualdade em liberdade não é o resultado de nenhum processo ou receita. É mais como um fruto: algo que se colhe a seu tempo, nem antes nem depois, e que só aparece quando o cultivo foi paciente, com boas condições de clima e de solo. Existem países, como o Japão ou os do Norte da Europa, onde este cultivo foi levado muito a sério e deu frutos: têm igualdade perante a Lei como nós, mas gozam de uma igualdade de oportunidades mais real do que a nossa. E estão a conseguir o mais importante, o mais decisivo: reduzir as diferenças de rendimento entre as pessoas. O resultado é paz social, menos doenças, menos suicídios, menos crime, menos desemprego e maior eficiência no uso do dinheiro público. Países como os Estados Unidos ou o Reino Unido, que se ficaram pelas igualdades básicas julgando que isso bastava, viram crescer a desigualdade de rendimento e com ela os males associados: desemprego, criminalidade, doenças, ineficiência do dinheiro público.
Quem cultiva acaba por ter frutos. Os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade são para os nossos dias. Não são mitos. Precisamos de voltar a acreditar neles, em todos os três. E precisamos de um novo entusiasmo em leva-los à prática.
Research Interests:
Financial Analysis; Ratio validity;
Ratio use; Data Mining; Business Intelligence;
Credit Risk; Capital requirements under Basel Accords;
Knowledge Extraction; Neural Networks.
...visit my home page at http://home.iscte-iul.pt/~dmt/
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14 comentários:
Concordo consigo professor...
"Quem cultiva acaba por ter frutos"
Liberdade e Igualdade, ainda que em perfeita lógica política não se possam dissociar, contradizem-se, porém, intimamente.
"A verdadeira liberdade é um acto puramente interior, como a verdadeira solidão: devemos aprender a sentir-nos livres até num cárcere, e a estar sozinhos até no meio da multidão." (Massimo Bontempelli)
Aluna do 1º Ano do Curso de Gestão de Empresas, Nº42108, Elmira Shaimerdenova.
Liberdade, Igualdade e Fraternidade será que existem hoje?
Instituições públicas são fachadas, em que os funcionários usam o seu poder para os seus próprios interesses. As pessoas que têm poder cada vez ganham mais, faz me lembrar o absolutismo concentrado todo o poder numa pessoa. A diferença de hoje para esse tempo é que hoje há Liberdade de Expressão mas continua a haver uma excessiva concentração de poder para utilização própria e aqui reside o problema. O poder tem de ser usado para benefício do povo de uma forma equivalente. A Liberdade é o nosso maior direito e deve ser bem usado para mudar o que esta mal.
Já a igualdade é um dos direitos mais desprezado pela sociedade actual. Vejamos só a pouco tempo as mulheres começaram a ter os mesmos direitos que os homens, o poder não e usado de uma forma igual para todos. Só haverá igualdade quando as pessoas do poder perceberem que não podem favorecer amigos e serem justas de uma forma igual para todos.
Temos de ser pacientes, mas acima de tudo ter ideias para melhorar estes conceitos que tanto afecta a sociedade de hoje em dia pois só assim vamos conseguir colher o nosso fruto.
Diogo Santos Nº 39012 Curso de Gestão de Empresas
Concordo consigo Professor...
O nosso país, designado Portugal, existe tudo....
Mas tem pouca igualdade, ou seja a desigualdade no nosso país é imensa entre povos entre direitos e por vezes, deveres quer sociais, quer a nível de politica!
Faternidade, existe pouquissima por parte política, daí a situação do nosso país no dia de hoje..
A liberdade existe em excesso, porque todos nós somos livres de fazer o que queremos, cada qual age consoante a sua maneira de pensar.
Daí não chegar a um consenso social, a nível de medidas políticas e económicas, para fazer com que possa haver a Igualdade entre todos, e não existir bastante desigualdade...
Porque é que uns têm todas as regalias do estado?
E, outros nem têm o mínimo de regalias? O governo é o principal culpado da Desigualdade social! Se houvesse mais igualdade social, haveria mais faternidade social, que é o que falta no nosso país a meu ver.
Guedes
Nº 43085, 1ºano de Gestão de Empresas.
Liberdade existe em abundância nos dias de hoje, os jovens têm liberdade total em todos os aspectos praticamente e ainda assim, estes mesmos não vivem satisfeitos, desejando, sempre que podem, infrigir as poucas regras que lhes são propostas. Existe a liberdade de expressão e podemos ter varias ideias e diferentes pontos de vista.
Mas igualdade e fraternidade é cada vez mais raro.
Deveria haver mais, já que existem leis para tal coisa, mas não é o que a gente pode observar como intolerância religiosa, desigualdade social, preconceito racial, discriminação com as mulheres e tantas pessoas que tentam prejudicar as outras.
Existe, mas em pequena quantidade, infelizmente...
Pedro Pinto Nº 36913 Curso de Gestão de Empresas
Este texto sobre liberdade, igualdade e fraternidade acabou por ser bastante interessante para mim, pois fez-me pensar como poderá vir a ser o nosso futuro (dos jovens), perante o que é já o nosso presente.
Fez-me pensar como a paz social não está a ser conseguida, não só em Portugal como em todo o mundo. A igualdade, onde estará ela?! Os povos estão a sentir-se injustiçados. Estão por isso a criar problemas sociais, pois, a liberdade e a fraternidade, ao desaparecerem, também se criam problemas. A desigualdade de rendimento cria desemprego e a criminalidade aumenta, em parte, porque a fraternidade entre os povos também diminui. Sem estes valores a sociedade não garante um futuro estável.
Penso ainda que a competitividade também interfere com o que é mencionado neste texto. Ela pode ser vista em duas perspectivas diferentes, uma “boa”, ao haver competição, o que faz baixar os preços e melhorar a qualidade; e outra, que designo por “má”, sendo que dentro dela podem surgir também duas circunstâncias: a de esta poder levar à falência, devido à falta de lucro das empresas, daí podendo então surgir uma segunda, a da possibilidade de emergirem monopólios.
Ao concordar com o texto, relembro que os ideais da liberdade, igualdade e fraternidade estão a desencontrar-se nos dias de hoje, sendo preciso acreditar neles e voltar a encontrá-los, para cultivar os frutos do futuro e trazer um novo entusiasmo (mais duradouro) para a humanidade.
Daniel Almeida
1º ano - GE, turma B
no.42547
Vivemos num país onde o mais rico criminoso é absolvido de um determinado crime e o mais pobre inocente é condenado por algo que não fez.
Vivemos num país onde os criminosos fazem o que lhes apetece e saem impunes, enquanto que os agentes da autoridade são acusados de uso de força excessiva.
Vivemos ainda num país onde se "facilita" para obter melhores resultados em vez de incentivar a trabalhar mais e melhor.
Então pergunto, vale a pena continuar a viver num país assim?
Eu digo que sim, mas é preciso mudar. Falam em políticas de ruptura; executem-nas. É imperativo que estes 3 valores voltem a fazer parte das nossas vidas: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
É preciso educar para respeitar, educar para trabalhar, educar para ser o melhor.
Não podemos continuar a ser medíocres, a olhar apenas para o presente. Muito está mal neste país, mas somos nós, a nossa geração, que tem de resolver os problemas dos nossos "pais". É necessário voltar ao Passado, conhecer o Passado, para que não voltemos a cometer os mesmos erros.
Salazar tirou-nos a liberdade, mas deu-nos igualdade. Acreditava na Nação. O 25 de Abril trouxe-nos a Liberdade. O que temos agora? Liberdade? A mais. Igualdade? Fraternidade?
Um dia fomos Grandes. Porque nao voltarmos a sê-lo?
GE, Turma D, nº41932, Carolas
A fraternidade é um conceito filosófico profundamente ligado às ideias de Liberdade e Igualdade e com os quais forma o tripé que caracterizou grande parte do pensamento revolucionário, na sociedade onde vivemos e no resto do mundo já pouco si vê esses exemplos .
Somos livres ? existe liberdade ? a liberdade repudia a sociedade em que vivemos porque andamos amarrados a leis, regras e regulamentos que sufocam esta liberdade, tal como a igualdade social e politica onde o rico e cada vez mais rico e as leis só os beneficiam, e pobre cada vez mas pobre, sem onde ir pedir ajuda, si o estado que era suposto ajudar influencia negativamente como o caso dos impostos que sobem dia pois dia, os salários base mantém-se no mesmo lugar .
Numa sociedade onde não existe uma classe media, um desnível bastante acentuado entre o pobre e o rico .
"Quem cultiva acaba por ter frutos"
mesmo que sejam pouco são frutos de um grande trabalho honesto e prosperidade .
Aluno do 1º ano Economia,
Dário Issá Amade Nº 41446
Liberdade? Antes chorávamos por ela, hoje usamo-la da pior maneira. Achamo-nos livres e com todo o poder de decisão e opinião. Igualdade? Onde é que ela anda. Eu não sei e não sou, de certeza, a única.
Há uns anos, antes do 25 de Abril, nem podiam as pessoas andam em grupo de 2 ou 3 que já era conspiração. Hoje em dia as pessoas andam em grupos de 3 e a única coisa que sabem fazer é conspirar, coscuvelhar e falar mal da vidas uns dos outros. Claro que nem todos somos assim. E são esses "diferentes" da esmagadora maioria que devem tentar dar tudo por tudo às gerações seguintes para que todo este "mau" comportamento possa ser mudado para melhor. Se maus comportamentos dão comportamentos piores ainda então, bons comportamentos só vão atrair boas e melhores maneiras de agir. E assim, vamos conseguir uma sociedade mais segura, menos cruel e onde se consigam obter óptimos resultados, principalmente recompensas como os direitos. Parece até dificil mas não o é se pensarmos positivo. A questão é: queremos realmente mudar? Eu quero. Se queremos realmente uma mudança temos de fazer por isso e não é amanhã (futuro) mas sim hoje (presente) que temos de começar por um ponto de partida.
Se queremos ter direitos como a igualdade e liberdade devemos saber o verdadeiro significado de tais palavras e agir da melhor forma possível perante o quotidiano para que possamos ter "tudo" como queremos. Vamos mudar, e é já!
Tatiana Nascimento, 1º ano, Turma D, Gestão de Empresas, Nº42990
“Liberté, egalité e fraternité” são os três princípios que os ideais da revolução Francesa de 1789 queriam conjugar visando construir uma nova sociedade baseada num novo contracto social em que as pessoas já não fossem “súbditos” mas sim “cidadãos”. Nas décadas que se seguiram vários movimentos e revoluções em toda Europa tomaram inspiração destes princípios de varias maneiras e impulsionaram as mudanças que puseram fim às monarquias absolutas e aos privilégios da nobreza.
Mas, apesar destes sucessos, a plena realização dos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade foi em muitos aspectos traída.
Isso deveu-se também à dificuldade que implica leva-los a cumprimento numa mesma sociedade.
Em muitos casos a Liberdade entra em conflito com os princípios de igualdade e fraternidade.
Nas sociedades do “socialismo real” a liberdade foi sacrificada a uma rígida interpretação da igualdade.
Pelo contrário nas “democracias burguesas” dominadas pelas elites económicas a liberdade é o princípio mais acarinhado e firmemente defendido.
Depois da derrocada do muro de Berlim e do colapso da União Soviética que puseram fim a qualquer ilusão sobre a eficiência e “bondade” dos sistemas socialistas a liberdade tem se tornado um conceito cada vez mais “económico”:
Liberdade de enriquecer, de mobilizar capitais e bens sem qualquer controlo ao ponto de poder transferir uma empresa da sua sede tradicional para outro país aonde os custos de produção sejam menores.
O valor da igualdade e da fraternidade está nos nossos dias algo menosprezado, é principalmente sacrificado no altar do novo Deus: “Os Mercados” que precisamos agradar de todas as maneiras para não cair na miséria e na vergonha.
Quem levante a voz a relembrar a importância da Igualdade é muitas vezes acusado de ser apologista do socialismo real com os seus horrores.
A tríade constituída por Deus, pátria e família que as forças tradicionais da “reacção” contrapunham como valores alternativos nunca desapareceram completamente e retomam força sob nova forma.
Nunca desde os tempos da revolução de 1789 os velhos princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade foram postos tão duramente em causa.
Quem acredita neles, quem queira defende-los tem uma tarefa difícil em sua frente.
E eu que pensava que nos países mais desenvolvidos, considerados de grandes potencias como a Rússia havia mais liberdade mas pelo visto não. O governo persegue quem discorda de suas leis e regras. Exemplo: O empresário muito dependente Mikhail Khodorkovsky ( um dos homens mais rico da Rússia ) que apoio Vladimir putin na sua eleição para presidenciais, alguns anos depois resolveu financiar a oposição e não hesitava em contradizer o presidente da época ( Sr. Putin ).Pelo facto de ter actuado assim o Sr. Putin, actual primeiro-ministro, considerado o homem forte do país viu uma forma de torna-lo o mau da fita, dito “o corrupto” e foi condenado em 2003 a 8 anos de prisão e nessa quinta-feira o juiz moscovita Viktor Danilkin atendeu a solicitação dos promotores e ordenou que Khodorkovsky cumpra uma pena de 14 anos de prisão, incluindo sua condenação actual de oito ano. Isso É triste de ler… LIBERDADE
Gilmar Neto 1º ano de Gestão de Empresas
Turma A
Nº 42808
Concordo plenamente com Prof., quando diz que esquecemo-nos plenamente dos três pilares da cidadania, e ainda acrescento que em casos acabamos por ignora-los, fingindo não conhecendo a sua existência.
Ainda digo mais, o problema foi viver demasiado tempo acima das nossas possibilidades, fingindo ter-mos o que nunca tivemos, e a verdade veio ao de cima, não soubemos distribuir os rendimentos entre as pessoas, e agora deparamo-nos com um fosso (entre os denominados rico e pobres) demasiado grande para o tapar.
A ambição de querermos tudo rápido levou-nos onde estamos (a lado nenhum). O que mais queremos, não o temos (igualdade), e deparamo-nos num beco onde a solução é trabalhar para darmos um melhor rumo para as futuras gerações, e deixar de pensar só em nós, para que no futuro acabemos por colher os frutos desejados.
Jessica Cardoso, 1.º Ano, n.º41712 Curso: Gestão de Empresas, turma B
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